O homem nasce para levar a vida a efeito e é o único responsável por vivê-la. Viver é consequência de atos, ações, consciência. É o resultado de um investimento, de uma busca, de experiências, de ampliação da consciência.
Nascemos e caminhamos para a morte, isso é inevitável. Entretanto, a maioria dos seres humanos busca a imortalidade, como se pudéssemos escapar do tempo. É o tempo que nos rege, nos direciona. Possuimos um tempo emocional, psicológico, e um tempo biológico: muito do sofrimento humano se deve ao não-entendimento disso. A vida física é perecível, a consciência é perene. A vida é constituída, então, das coisas perenes e das coisas perecíveis. As coisas perecíveis são importantes e podem contribuir para as coisas perenes. Viver no mundo, não ser do mundo, é um grande ensinamento. Isso é do perene. É a forma como me relaciono com o perecível que constitui e cria o perene.
Não podemos nos enganar, mesmo que nos esforcemos para tal. A verdade é perigosa, difícil, requer coragem, disciplina, entusiasmo, alegria, desapego.
Todos vivemos vários estágios durante nossa vida e, quanto mais conscientes, mais árdua é a jornada. Assim, podemos dizer que, no tempo, nossa caminhada se torna mais sutil, mais profunda, mais dolorosa e mais prazerosa, integral.
Uma pessoa astuta resolve problemas, mas a pessoa sábia não os cria. Sabedoria é, então, a arte de viver no presente, estar consciente, atento. Sabedoria é experiência, é disponibilidade para experimentar. A inconsciência é uma estratégia mental usada para disfarçar coisas das quais o homem sente medo.
Problemas são inerentes à vida. Sentimentos e emoções são inerentes à vida. A questão é como olhamos para eles. Somos dominados por muitos sentimentos, tais como alegria, raiva, tristeza, amor, medo. Mas, muitas vezes, as pessoas não querem se conscientizar do que sentem. Preferem viver como cegas, de forma inconsciente. Essa é uma das piores mortes, desconectar-se de si mesmo.
A psicologia tradicional busca “trabalhar, elaborar, ficar livre de algo”. Precisamos aprender a ler nossos sentimentos. Ao invés de “pensar no que se sente”, sentir o que se pensa. Ao invés de “ficar livre, trabalhar, elaborar algum material psicológico, emocional”, integrar e acolher o que vem, da forma como vem. O racional dá sustentação, mas a grande mestra é a experiência.
As evitações da inconsciência — e o fato de que, ao agir assim, trazemos junto o afastamento da outra polaridade — ocorrem porque todas as emoções e sentimentos são a outra face da mesma moeda. Só quem sente raiva, se permite amar; só quem sente tristeza, vive alegria; só quem conhece o medo, sabe o que é coragem. Precisamos aprofundar nossos questionamentos e estar mais presentes conosco.
É necessário acontecer o nascimento, mas não é o suficiente. Crescer é ter consciência, e esse é um outro tipo de renascimento.
De certa forma, cada manhã é um renascimento, cada inspiração é um renascimento, cada criação é um renascimento.
Viver é um processo contínuo. A cada nova experiência desenvolvemos habilidades, e, a partir delas, novas possibilidades se mostram, contínua e ininterruptamente. E é possível experimentar apenas no corpo, por isso, sentimentos, sensações, emoções são tão importantes. Por intermédio deles a consciência se faz presente. A pele que nos cobre, que é o maior órgão do corpo humano, define onde começa e termina o nosso mundo. Dentro desse órgão, a vida acontece.
Do ponto de vista científico, vida, amor e comportamento são fenômenos sinérgicos. Na sinergia, duas formas distintas se unem e produzem uma terceira, nova e surpreendente.
Nosso corpo se refaz continuamente. A cada cinco dias, temos um novo revestimento interno do estômago. Nossa pele se recompõe a cada seis semanas e ganhamos um fígado novo a cada dois meses.
Esse corpo — essa máquina — requer uma entrada contínua de energia e de alimentos físicos e emocionais. Do ponto de vista psicológico e emocional, a identidade e autosustentação demandam o metabolismo atuante. A mente é um fenômeno evolutivo. Portanto, a história dos homens está armazenada em nosso corpo, em nossa mente, mesmo que não possamos acessá-la.
Considero como minha principal tarefa possibilitar ao ser humano o acesso às habilidades, aos potenciais, à consciência que já possuem. Para isso, investi minha vida na busca do meu autoconhecimento e autoaprimoramento. Essa busca pessoal tornou-me qualificado para ajudar as pessoas a descobrirem suas habilidades e potenciais, utilizando seu corpo e mente nesse processo.
Em meu trabalho, utilizo ferramentas que variam de acordo com o momento de cada um: a doença como caminho de cura, de expressão da busca de saúde; os fenômenos psicológicos como processos a serem integrados num todo; o renascimento, que propicia presença, centramento, vitalidade; a massagem terapêutica, que traz a consciência corporal; a leitura corporal, que permite o autoconhecimento e a propriocepção; a sexualidade como forma de vibrar e construir saúde.
Essa é a minha proposta!